sábado, 19 de abril de 2008

Amesterdão [14-17 Março]

Numa das muitas incursões aos sites de voos low cost, eis que não surge uma oportunidade imperdível. Ida e volta Praga-Amsterdão, directo, pela Sky Europe, por cerca de 60€... Não era dado?? Estávamos a meio de Janeiro, em pleno período de depressão "examística", quando se descobriu esta preciosidade. Claro que não podíamos deixar passá-la ao lado, ainda por cima sendo este um dos poucos destinos que tínhamos definido anteriormente como "a não perder"! Com tanto período de antecedência, marcou-se para um fim de semana a meio de Março, e era deixar o futuro nas mãos do destino e esperar que depois não houvessem complicações... Não houveram! Juntaram-se os tugas resistentes para o segundo semestre, mais uma acompanhante e um penetra vindo directamente das memórias recentes do primeiro semestre... =D
Assim, na madrugada de dia 14, os meninos da Borivojova juntaram-se ao Correia, Dias, Isabel e Inácio, mais a sua mais que tudo, que estava de visita, no espaçoso aeroporto de Ruzyne. Não tardou muito para estarmos a aterrar em solo "neerlandês" (o gentílico, o gentílico!), numa manhã solarenga e apetitosa para o passeio. Em 15 minutos o comboio fez a ligação à Central Station, e depois foi procurar o hotel. Aqui digo, efectivamente, HOTEL, porque pela primeira vez nas nossas viagens não ficámos num hostel! Não que não quisessemos... Comprámos a viagem com 2 meses de antecedência, mas deixámos a acomodação para as últimas semanas... Resultado, tudo cheio naquela cidade, e acabámos por pagar o dobro em acomodação do que propriamente no vôo... Enfim, nem tudo podia ser ouro sobre azul! O Dias, que já lá tinha estado várias vezes, mas não desperdiça um regresso, encarnou o papel de guia oficial. A cidade é, obviamente (não estivesse situada abaixo do nível médio das águas do mar, e rodeada de diques), plana, tirando as pontes que atravessam os inúmeros canais. Para além disso, tem uma rede de transportes aparentemente simples, mas eficiente, trams novamente, se bem que tal quase nem é necessário devido à alta concentração de bicicletas... A ponto de estas terem prioridade sobre todos os outros veículos e pessoas! Pode ser perigoso atravessar uma rua... lool! Não faltaram oportunidades para o atropelamento. Mas como quando o Dias lá esteve tinha a sua bicicletazinha, tinha a ideia de que era tudo muito perto. E convencia-nos disso com a sua tornada famosa frase "é já ali!". Tá claro que à pala desta expressão nos fartámos de andar, e só mais para o fim é que passámos a acreditar nos modernos eléctricos que palmilham a cidade... :D

A caminho do hotel, que ficava perto da zona dos museus, para sul da cidade, ainda se passou pelo Albert-Hein, o supermercado que é primo do nosso amado Albert checo. Deve ter sido no que poupámos mais, em comida!
O caminho ainda se revelou valente ("é já ali!"), e deu para assimilar um pouco o espírito do sítio... Principalmente "inalar" aquele espírito... Sim, de vez em quando dava para cheirar o "legalize" da coisa. Como a cidade é água por tudo o que é lado (ah, Veneza...), os edifícios não se aguentam nas fundações, e vão entortando... Mas o mais interessante é que eles não corrigem isso, pelo contrário... Ou melhor, o edifício é renovado, quando chega ao ponto de precisar, mas mantêm a fachada com a inclinação que sofreu, de maneira que lá por dentro está tudo direitinho, mas por fora parece que as casas se acotovelam e se apoiam umas nas outras, num equilíbrio instável...
Eventualmente instalámo-nos no hotel e descansou-se um pouco enquanto esperávamos que chegasse o Tiago, trazendo novidades fresquinhas de Portugal...
Depois da companhia reunida, voltámos a sair para almoçar. Burguer King para não pesar na carteira, e continuou-se o passeio, novamente até à Central Station, e depois ao longo da zona das docas, onde depois nos quedámos a aproveitar as últimas radiadiações solares do dia... Estava tudo cansado e regressámos ao hotel (coisa que nos deixou AINDA mais cansados...), onde todo o mundo acabou por dormir uma sestinha...
Os mais intrépidos acordaram umas horas depois, com fome e vontade de explorar a noite holandesa...


a fachada do Rijksmuseum, que não visitámos por estar em obras, apesar de aberto


as típicas casas de Amsterdão






nas docas



Depois de um snack, a passagem por uma coffee shop era obrigatória. A Bulldog, não muito longe, era, segundo o nosso guia não-oficial, porreira, por isso lá fomos. Mas como depois nos informou o guia da free-tour, era o melhor local para sermos enganados... LOL Enfim, nós não demos por isso. Lá se investiu nuns gramazitos de White Widow, e iniciou-se o processo, sendo que há, sem dúvida, uma ciência! Escuso de explicar o que se seguiu... haha. Não abusámos da coisa e guardou-se o restante para os dias que se seguiam. Como a noite era ainda uma criança, vá de ir explorar outra das famosas atracções lá do sítio... Nada menos que o Red Light District! Toda a gente conhece o princípio da coisa, e pelos relatos imaginava-se uma coisa em grande. Mas a verdade é que desiludiu, embora seja uma coisa recente. Aparentemente, a câmara anda a comprar os edifícios da zona de maneira a reabilitá-los e retirar dali aquele antro de sexo. Então era normal encontrar uma loja de alta costura ao lado de montras com as meninas a mostrar os seus atributos. Depois de uma voltinha rápida, vai de voltar ao hotel, já que o dia seguinte clamava por mais andanças...


o material dentro e fora do saco

Na manhã seguinte, a Rute, o Zé João e a Isabel levantaram-se mais cedo para uma voltinha pela cidade, já que, tirando a Isabel, tinham ficado a dormir a noite passada... Os restantes, onde me incluo, foram calmamente explorar o Vondelpark, e abastecer para o almoço antes do meeting geral na Dam Square para o início da free tour. É algo que existe em várias cidades europeias, onde voluntários mostram a cidade num percurso de várias horas, e no fim cada um dá o que quiser, se quiser. Lá andámos pela cidade às voltas, no meio de histórias e curiosidades, valendo bem a pena as várias horas que durou a visita. Depois passámos por um barzinho só para experimentar uma jolazita holandesa, mas nem nos soube bem pelo preço que foi... Andámos pelo centro mais um pouco até decidirmos onde jantávamos, altura em que o grupo se tronou a separar, para uns irem ao hotel largar coisas e saciar necessidades básicas. De regresso, já cansados de "ser já ali", intentámos num tram que passava, conseguindo não ter de pagar... lol




no Vondelpark







Depois do jantar, os restantes queriam conhecer o Red Light à noite, coisa que fizémos em busca de mais uma coffee shop... Coisa que não foi fácil, pois as sugeridas pelo guia estavam todas cheias, e arranjar lugar para 9 não é fácil... Lá nos arranjámos numa encravadita, e os mais experientes tomaram as rédeas. O Tiago, que não ia nessas coisas de fumar, resolveu intentar num space cake, que partilhou com o Zé João, já que cada fatia custava 5€... Como meia fatia não surtiu qualquer efeito, resolveram pedir mais uma, para o caso de ser necessário uma fatia inteira para sentir qualquer coisa... A verdade é que esta coisa dos bolos pareceu ser um belo embuste... lool! Mas ao menos já experimentaram!
Desta vez o instrumento rodava por mais gente, mas como também se enrolaram mais, o resultado foi mais produtivo... Até quem não o levou à boca já estava algo alterado com tanta fumarada... =D
Ainda parámos num barzinho para jola depois da coffee shop, mas estava tudo cansado e o hotel pareceu infinitamente longe... Que falta fizeram os transportes nocturnos de Praga!


aspecto do Red Light... é perigoso tirar fotos neste local!




a Isabel, já perita na técnica




sem comentários... :D [atenção que não fui o único... não pus mais fotos para não ferir susceptibilidades... ;)]


o trio da Borivojova ataca de novo


A manhã seguinte surgiu cinzenta e chuvosa, e nada melhor então do que investir num museu. Claro que, sendo Domingo, o Van Gogh estava a abarrotar... Não é muito agradável, mas como o museu também não é muito grande (sendo, no entanto, a maior colecção das suas obras), fez-se bem. Na parte das exposições temporárias estava uma retrospectiva de Millais, também interessante. Apenas o Dias, que já conhecia, não nos acompanhou.
Após o almocinho no MsDonald's, e como continuava a chover, deslocámo-nos ao restaurante bar 11, no topo de um alto edifício junto às docas, com uma vista espectacular sobre a cidade, onde passámos o resto da tarde, numa de chill out...


era proibido fotografar no museu... lol


em pleno período de descanso, antes de atacarmos o Millais




o bar 11

Mais tarde almoçámos numa pizzaria, já que o Hard Rock era muito caro... Nessa noite o que apeteceu mesmo era ir para a cama cedinho, coisa que aconteceu. A experiência marijuana da noite anterior não agradou a todos... lool!






a loucura no quarto (estávamos a deitar-nos cedo depois de um dia de museu... muita energia acumulada!)


a carta do Pedro para Portugal, em jeito de tráfico (imaginem o que lá ia dentro...), com os nomes de código... foi entregue! :D

Para o último dia, os nove dividiram-se em três - cada qual foi fazer o que preferia. Assim, a Rute e o Zé João saíram em busca de uma exposição de fotografia e posteriormente arquitectura contemporânea pelas ruas da cidade. O Inácio, a Joana e a Isabel preferiram museus e parques, e eu, o Correia, o Tiago e o Dias avançámos para o que devíamos ter feito desde o início: bicicletas! Alugámo-las para o dia e seguimos em direcção aos subúrbios, passando por moinhos, diques, casinhas pitorescas e um ambiente completamente distinto do centro da cidade. Quando quase chegámos ao mar, achámos que estava na hora de voltar para trás. Andámos tanto que efectivamente saímos da cidade! De regresso ainda passámos por áreas recentemente urbanizadas, demostrando a outra faceta da arquitectura holandesa. Já no centro, ainda houve tempo para um cafézinho e enviar postais, antes de rumar ao hotel para ir buscar as malas e pedalar até à Central Station, onde largámos as bicicletas e apanhámos o comboio para o aeroporto. Num fósforo estávamos de regresso a Praga, encerrando mais um capítulo neste longo livro erásmico... =)


um dos famosos moinhos


uma vivenda típica, nos arredores


o piquenique do almoço


a sair da cidade...lol


arquitectura contemporanea...


a ponte móvel sobre o Amstel


em busca dos diques


no meio do nada... :D


o edificio do ARCAM


o Nemo, do Renzo Piano


paragem técnica



a foto que toda a gente tira (não se vê, mas estamos nas letras!:D)

1 comentário:

zé-joão disse...

Eu digo-te o gentílico...

Muito bem! Isto é o que se chama uma bela de uma crónica ;)