sexta-feira, 30 de novembro de 2007

POLÓNIA - Cracóvia [2-5 Nov.]

"Humm... que vamos fazer este fim de semana?"

"Epah, sei la... podíamos ir a qualquer lado... não me apetece ficar em Praga..."
"Pois... Olha, o não-sei-quantos disse que já foi a Cracóvia e era muito giro, com a visita a Auschwitz e tudo... Até nem é muito longe... E como perdemos a visita organizada pelo ISC..."
"É capaz de não ser má ideia... Bora lá ver disso..."

  • Vamos quando e como?
  • Quem quer vir?
  • O que há para ver?
  • Onde ficamos?



Foi numa situação deste género que nasceu a proposta desta viagem. Sim, já tínhamos ideia de la ir. Mas o objectivo do diálogo era demonstrar como se decidem as coisas por cá... Apenas uns dias antes.

Juntamo-nos seis, e apanhamos o comboio para Cracóvia. LET'S GO!!!



Oito horinhas de viagem... isso não é nada! Cada um se encostava como podia... LOL



Cracóvia, pequena cidade no sul da Polónia, já teve mais importância, tendo mesmo sido capital do reino há... meia dúzia de anos, sensivelmente. Ou séculos.


O centro histórico é igualmente pequeno, mas interessante, todo rodeado por uma faixa verde, o Planty, que ocupa a área das antigas fortificações da cidade. A praça central é também um espaço icónico da cidade, com a sua enorme catedral em ruptura com as linhas daquele espaço urbano, e o edifício do mercado bem no centro.


O Barbakan | O edificio do mercado


As portas da cidade | A catedral


Uma capela centenária no centro da praça | parecem bandos de... pombos! bah


Cães Danados - Reservoir Dogs | Se o Berardo ali estivesse...


Arquitectos admiram qualquer maqueta | Arquitectos com frio


Sportinguista é assim... | Tudo com cara de pós-viagem de 8 horas...


Como não podia deixar de ser, há também um castelo, debruçado sobre o rio Wisła (ou Vístula, vá, em bom português), com uma vista fantástica sobre a cidade, e uma catedral que vale a pena visitar pela sua dimensão (incluindo as criptas). Segundo reza a lenda, outrora vivera numa caverna, situada mesmo por debaixo do actual castelo, um grande dragão, que não era muito popular por adorar devorar os rebanhos dos pastores da zona, como também meninas virgenzinhas. Em desespero de causa, muitos nobres cavaleiros tentaram a façanha de derrotar o dragão, obviamente sem sucesso... O rei oferece então a mão de sua filha em casamento àquele que finalmente puser fim à catástrofe. Eis que surge então um astuto mas simples sapateiro, que sabendo não conseguir derrotar a besta pela força, intenta numa solução mais inteligente. Prepara uma ovelha envenenada com enxofre, e dá de come-la ao monstro. Este devora-a, e com o estômago em fogo, praticamente draga o rio em desespero. Bebe tanta água, que o seu corpo não aguenta e explode. O povo rejubila, o sapateiro casa com a princesa e mais tarde torna-se rei! É bonito, não é?
Resultado, hoje em dia, toda a santa barraquinha de recuerdo tem a sua dose de peluche de dragão, o agora amável e simpático Kraco, que deu o nome à cidade.


Vista para o castelo | A catedral com mil estilos à mistura


Pormenor da catedral | Torre das muralhas do castelo


Eu, o Pedro e o Dragão | O João tocava o sino... com a cabeça! =D


No pátio do castelo | A Companhia


Fora do centro histórico há, para não variar, um bairro judeu, com sinagogas a cada virar de esquina, bem como vários cemitérios. Entrámos em tudo o que era igreja, até naquelas onde não devíamos, e cuscámos as confissões, que apesar de serem em polaco, se revelaram chocantes...


O cemitério | Ambiente propício à visualização de fantasmas...


O nosso hostel não era mau, até pelo contrário. Mas digamos que a primeira impressão não foi a melhor... Por fora, o edifício parecia decadente, e as escadas não ficavam atrás... Já nos questionávamos onde nos teríamos metido, quando chegando ao primeiro andar nos deparamos com umas paredes bem amarelas, não fosse este o Yellow Hostel. Com os seus três quartos cheios, era quase óbvio quem íamos encontrar... portugueses, ora mai nada! A nossa camarata eram só tugas, e ainda haviam mais...






(Fotos sem comentários possíveis... lol!)

A fome apertava, e entre as habituais indecisões acerca do local de refeição, o João encontra por entre as suas pesquisas internáuticas um restaurante português!!! Estava já tudo tão ressacado de um belo repasto tuga, que ninguém argumentou... Também era só andar um bocadinho, até ao fim desta rua já aqui ao lado... Bom, na realidade, a rua era uma avenida, ou quase estrada, e a ajudar chovia torrencialmente! Mas toda a gente já só tinha em mente as pataniscas e o caldo verde... Quando finalmente chegamos ao destino, a cereja em cima do bolo: já tinha fechado! Ficámos tão felizes, que resolvemos ir jantar ao primeiro sítio que encontrámos. Não foi mau, mas para as expectativas que tinham sido criadas, uma desilusão.
Mas não desistimos. No dia seguinte, e depois de já termos perdido alguns membros, tomámos a decisão de lá voltar! Mas desta vez, de autocarro! Já nem foi bem almoço, uma vez que eram quase quatro horas...
Entrámos, e rejubilámos... Imagens do nosso cantinho pelas paredes, ementa em português, pratos conhecidos!
Mas afinal de contas, estávamos na Polónia... As pataniscas eram somente batata, o caldo verde era folha de couve cozida em água, o bacalhau... bom, não era! Ah, o desalento...


Ainda felizes com as descobertas e perspectiva de uma bela e tradicional refeição


Cara de quem ia comer... bacalhau?


A noite de Cracóvia foi pouco explorada. Entre uma discoteca de nome Kitsch, num prédio podre e apelidada de "dirty" pela menina do nosso hostel, onde digamos que o ambiente era efectivamente alternativo, e um barzinho cujo objectivo era fumar uma shishinha, que não havia (mas tinha um ambiente fixe), ficou muito por conhecer. Também com os dias intensos que tinhamos, não sobrava muita energia para a noite...




As bússolas apontam o norte, em Cracóvia as setas apontam... para outras coisas... | BB's há muitos


Droga pá rotunda! | Renas na Polónia! (esperemos que seja só isso... haha)





A provar que também se exerceu algum exercício físico...


Mas a Polónia teve mais que se lhe diga... Não perca próximos capítulos!

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Cheirinho a Portugal






Ao rever estas fotos não consigo evitar deixar escapar um sorriso daqueles que as crianças têm quando lhes damos aquele presente que tanto queriam. Acho que chego a ter o mesmo brilhozinho nos olhos e o mesmo desejo de me agarrar ao pescoço dos meus pais e abraçá-los até não poder mais.
Português que se preze aprecia bacalhau, e a verdade é que quando não há maneira de o obter, ainda mais se sente vontade de o poder saborear. Valeu-nos a boa vontade e o enorme coração dos meus pais que prontamente acederam ao pedido "podem mandar-me umas postas de bacalhau?"
Entretanto, e como parece que o chocolate de leite preferido do BB (o famoso nestlé encarnado) teima em não aparecer à venda nestas "potravinys", resolvi acrescentar ao pedido inicial uma mensagem a solicitar a deliciosa iguaria que faz as delícias do meu xuxu, principalmente em épocas de trabalho árduo ;)
Mas como, pelos vistos, não cabia tudo numa só caixa, os meus pais tiveram que improvisar uma maneira de encher uma outra caixa - e resolveram enviar-me uns quantos pacotes de umas das minhas bolachas preferidas :)
Por mais palavras que tente escolher para, de alguma forma, mostrar como estou grata e como fiquei feliz por este bocadinho de casa ter vindo até mim, não há nada que se compare com o nosso entusiamos a abrir as caixas e as exclamações de satisfação quando vimos o seu precioso conteúdo.
As nossas caras dizem tudo.






Embora saiba que os meus pais não vão ler isto, porque ainda que soubessem utilizar um computador, muito provavelmente não teriam tempo para o fazer, queria aproveitar este bocadinho para lhes deixar um grande beijinho e agradecer não só este gesto como tudo aquilo que eles sempre têm feito por mim. Todos os sacrifícios, todas as lutas, todos os abraços, todos os sorrisos. Se sou quem sou hoje, se estou onde estou hoje, devo-o a eles. Mais que tudo, sei que, aconteça o que acontecer, os meus pais são, no fundo, as únicas pessoas que eu tenho a certeza que nunca me hão-de falhar, com quem poderei sempre contar e que hão-de estar lá sempre para me ajudar a encontrar o meu caminho quando me sentir mais perdida.

E é por tudo isto que os meus pais são as pessoas que mais merecem o melhor de mim e por quem tudo farei, sempre, para ver com um sorriso.