quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Férias em Casa

É uma sensação estranha, esta de ir passar férias a casa.

As saudades apertavam, até das coisas mais insignificantes (aparentemente!).

Rever tanta gente que faz parte do nosso dia a dia tem aquele gosto especial do regresso às coisas que nos fazem mais falta, a que estamos habituados e tomamos como certas, mas que instintivamente tentamos afastar da nossa nova rotina, esperando que a sua ausência não custe tanto...

Parecia que iria ser imenso tempo... Duas semanas e meia! Afinal, nem deu para fazer tudo o que queria, e pior, para rever todos os que queria... Muito menos, obviamente, deu para trabalhar!

O Natal teve um 24 diferente, em casa nova, e em tentativa de se criarem "novas" tradições (todos os anos pode haver um Jack, o perú, à mesa... haha). O 25 foi igual a todos eles, o calor da família reunida e o reencontro anual com outros tantos. Santa Cruz estava, claro, melhor que nunca, e partir foi o maior aperto de coração. Mas havia o consolo de uma passagem de ano bem especial...

De regresso ao Algarve e a Albufeira, tal como a primeira passagem de ano em Seita, nunca se tinha conseguido ficar tantos dias seguidos em tal ocasião! O trabalho parece abrandar, ora parece que não sou o único em Erasmus... haha

Os 5 dias passaram a correr, e num último fôlego lisboeta ainda deu para passar pela faculdade... Aí, muitas novidades, mas o essencial na mesma: trabalho escravizante sem hipótese de fuga. Apesar de tanta amargura para com o sítio, completou-se o ciclo de regresso à vida em Portugal. Família, Lazer e Trabalho.

Sábado foi a depressão. Regressar ao trabalho (que agora sim, e finalmente, seria intensivo), aos cozinhados, às máquinas de roupa, e infelizmente sem a componente que mais nos anima em perspectiva: a boa vida. Domingo pior ainda foi, ter de levantar cedo e despedir de tudo, nem sabendo para quando estava agendado o regresso (fim de Junho?...), passar o dia em viagem, horas em aeroportos, Praga coberta de neve e só a dificultar a locomoção da mala, entrar em casa e ver o povo a trabalhar... Digamos que não foi o melhor dia da vida.

Mas com as semanas voltei a lembrar o porquê de ter entregue aquele primeiro papel à sodona Prats. E lembrei também porque entreguei o segundo. Mesmo atolado em trabalho, não há como esta cidade. Esta vida, a independência que se conquista e inevitavelmente se obtém. A liberdade para correr o mundo e sentir todas as possibilidades em aberto. O aprender a não temer a mudança, mesmo que drástica, e a noção de que nos conseguimos adaptar a qualquer situação, encontrando o melhor que há na mesma, sem dúvidas ou hesitações.

O primeiro semestre chega ao fim. Inicialmente era, também para mim, o fim desta experiência e o retorno incondicional a casa. Agora não. É apenas o meio ponto, a continuação da experiência de uma vida, com novos desafios e novos cenários. E novas viagens, também!

Já me excedo em prosa. Este período de hiato bloguista foi necessário, mas este espaço virtual continuará a ser palco da nossa aventura, para todo e qualquer internauta poder estar informado.


Até já!... ;)