quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Almost there.



Após exactamente 3 meses, estamos quase de volta.
Por pouco tempo, é certo, mas por uns dias estaremos de volta.
De volta aos vossos sorrisos, aos vossos abraços, ao vosso calor.
De volta às vossas gargalhadas, às conversas indiscretas e às coisas sem sentido mas que para nós fazem todo o sentido do mundo.
De volta ao aconchego do lar, ao crepitar de uma lareira, aos mimos da família.
De volta ao nossa cantinho, ao nosso mar, ao nosso porto de abrigo.

Poderá ser por pouco tempo, mas estou certa que serão dias completamente cheios, numa azáfama típica de quem quer abraçar o seu mundinho em pouco mais que meia dúzia de dias para poder, de certa forma, trazer um bocadinho desse mundo consigo.

Dias intensos. E que tornarão o nosso regresso muito mais difícil.

Estou de saída. Aguentem esse abraço. Logo à noite, quero perder-me nele.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Veneza... delicioso! [16-19 Nov.]

Aaahh... Veneza...


Não foi uma viagem fácil! Ainda antes de sairmos de Portugal, tínhamos prometido à Sarocas "vamos passar o teu aniversário contigo!".









Mas as comunicações com Itália não eram as melhores, e tínhamos efectivamente que confirmar que teríamos guarida e tudo isso... Quando tudo ficou confirmado, os preços das viagens revelaram-se exorbitantes (em cima da hora, não se esperava outra coisa...). Saca então de puxar alternativas. A viagem de comboio não era especialmente barata, mas o grande revés era o tempo que demorava... 15 horas! Os vôos Praga-Veneza apresentavam preços proibitivos, e a única alternativa era Milão, que mesmo assim era longe e implicava juntar comboio e shuttle para o aeroporto...

Mas não desistimos! E entre várias hipóteses, decidimos ir de comboio, (de vagão-cama, ora pois, finos...) e voltar de avião, por Milão.

Prontos e de malas feitas, pela frente uma viagem de luxo, que apesar de ser a mais longa até ao momento, foi também sem dúvida uma das melhores! Entre um ressonar e uma olhadela pela janela, o tempo foi passando e a noite também. De Áustria atravessada, começam a surgir típicas imagens italianas, com as suas vinhas e casas típicas. Sete da manhã, e batem à porta. Era o pequeno almoço! Mais um pequeno luxo para ajudar à festa...






O traçado encontra finalmente a laguna de Veneza, continuando a sua travessia e parando finalmente na estação de Santa Lucia. Saímos: apesar do frio, o sol batia forte, e deparámo-nos imediatamente com as nossas imagens mentais de Veneza. Os canais e as pontes, as gôndolas, os pombos, e os edifícios únicos no mundo. Só faltava a Sara para completar o quadro, que era suposto ir buscar-nos. Mas quando os transportes são na realidade vaporettos, é normal que se demore bastante tempo a chegar a qualquer lado. No entanto a espera até estava a saber bem, armados em camaleões na escadaria da estação.



Ela chega, e entre beijos e abraços, felicidade nas caras das crianças, deslocamo-nos até à Piazzale Roma para comprar os passes de transporte (os olhos da cara!!!), e apanhar o barquito para o Lido, ilha onde se situa a habitação das crianças venezianas, para deixar tralhas e cumprimentar a juventude restante. O caminho fez-se por fora, e soube tão bem ver e sentir o MAR!!! É verdade, pensando que não, já haviam boas saudades do saudoso Atlântico (embora aqui fosse só o Adriático...). O Lido é uma grande ilha, um pouco mais afastada de Veneza em si (mas pertencendo-lhe), que basicamente faz a fronteira da laguna. Aqui podem andar carros, e é muito calma e sossegada, que por ter praia se torna num destino de Verão muito procurado.

A casa do Prof. Marson é pequena, mas acolhedora e dá bem para os 3 arquitectos que a habitam. Depois dos cumprimentos e instalações, voltamos a sair e apanhamos novamente o barco. Depois de uma primeira volta pela praça de S. Marcos, visitou-se a Bienal de Arte de Veneza, que era enorme, mas é com orgulho que afirmamos que a vimos praticamente toda! De relembrar os múltiplos cafés que bebemos à borla, tal era a saudade de uma boa bica.


















De crepúsculo já imposto, a nossa excelente guia (e que bem que já fala italiano!! *orgulho*) leva-nos num primeiro percurso, primeiro até ao Rialto, e depois descendo o bairro de S. Polo, até ao Campo de Sta. Margherita, para um spritz (a bebida da moda) e sacar uma pizza para levar para casa. Bem boa! Entretanto, tomo uma decisão crucial: deixo a Sarocas pegar na maquina do Tadeu para me dar um corte radical! Digamos que o Tadeu teve de dar uma maozinha, e só ficou tudo acertado na manha seguinte... lol!












Novo dia, novos tours! Desta vez, fez o Tadeu de cicerone, pois a Sara teve de ir buscar o seu mais-que-tudo ao aeroporto... Começámos pelo Dorsoduro, e fomos andando sempre, S.Croce e S.Polo, apanhando o Poças pelo caminho, mais um arquitecto, que por sua vez está instalado na Giudecca. Por pontes e canais, acabamos por chegar à igreja de S. Maria della Salute. Apanhamos então o vaporetto até à estaçao de comboios onde nos encontramos com os restantes, e vamos a Cannaregio jantar. O cansaço já era muito, e como as últimas crianças arquitectónicas só chegavam mais tarde, regressámos ao Lido. É aí então que vão ter o Rui e o Eduardo, fresquinhos de Londres, e onde finalmente se reúne a companhia.













Dia seguinte, que se faz? Visitas! Depois de a muito custo toda a gente ter saído de casa... Começámos por subir ao Campanille da Praça de S. Marcos e visitar a Basílica por dentro, e o resto do dia foi para explorar Cannaregio e o antigo bairro judeu. Almoçámos onde jantámos na véspera, e a fome era tanta que para a sobremesa ainda se comeram crepes entupidos de Nutella! Erro crasso... Em tamanha quantidade, acabo por ter uma qualquer reacção alérgica, que começou por ser apenas comichão em certas partes do corpo, depois em TODAS, e finalmente uma terrível indisposição, dor de cabeça e algum inchaço! Estava a sentir-me tão mal, que ninguém objectou quando quis ir a casa tomar um anti-alérgico...
















Depois de uma horinha deitado, já estava fino, e prosseguimos com o programa para a noite: um Aperitivo! Uma ideia sem sombras de dúvida genial. Aos domingos, um bar/restaurante de Cannaregio de nome Dogado, promove este evento, em que por 5€ (euros!!! que saudades!...) se tem direito a uma bebida, e pode-se comer o que quiser. Não é propriamente uma refeição composta, mas sim como várias entradas, desde pizzas, mini-folhados, bruschettas, enfim, um sem número de maravilhas gastronómicas de encher o olho e o estômago! Escusado será dizer que por ali jantámos, acompanhados pelo belo do spritz, indispensável por aquelas zonas... Posteriormente ainda passámos por um barzinho em S.Polo, e aproximava-se a hora de envelhecimento da nossa mais pequena... Indecisos sobre que hora haveriamos de festejar (a portuguesa ou a italiana), esperámos mais um pouco, pois em Veneza, sê veneziano! Já em casa do Prof. Marson cantaram-se os parabéns, mas apesar de já se fazer tarde, eu e a Rute tínhamos de fazer horas, pois a viagem de regresso esperava por nós... E com muita pena não ficámos para o jantar do dia seguite! A terça feira é o único dia em que não podemos faltar... que chatice!

Beijos, abraços, e muitos até breves, e tínhamos pela frente uma viagem terrível...








O nosso passe de transportes já tinha caducado. Nunca nos tinham pedido por ele! Fomos tentando a nossa sorte... Último dia, última viagem... pontaria! Grande problema: já não tinhamos dinheiro! Aquilo é uma roubalheira tão grande, que o homem até nos deixou ir com dinheiro em falta... Mas tínhamos de levantar mais, pois faltava-nos o shuttle em Milão. Coisa estranha - as caixas multibanco não funcionam à noite em Veneza! Sem hipótese, ingressámos no comboio, que estava parado na estação completamente vazio e às escuras, pois tínhamos chegado demasiado cedo. Caminho feito até à capital da moda, com um sono leve pelo meio, saímos na estação em desespero, pois para além de termos de descobrir onde iríamos apanhar o shuttle, precisávamos arranjar dinheiro! Até tentámos trocar coroas checas, mas ninguém aceita isto... lol! Enfim, mas tudo correu pelo melhor, e chegámos ao aeroporto a tempo do avião, valeu-nos o check-in online, apesar de termos sido dos últimos a embarcar...

Mas o balanço final não poderia ter sido mais positivo, apesar de todas as desventuras, nem que fosse só pela companhia destes dias. Fica aqui o agradecimento à Sara, Tadeu e Leonor, que nos acolheram sob o seu tecto com a maior vontade e boa disposição!

Haveremos de lá voltar! =)

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

POLÓNIA - Wieliczka Salt Mine

Nesta última intervenção sobre a Polónia (as crianças leitoras suspiram de alívio - finalmente...), a referência vai para a visita a mais um património mundial da UNESCO.

Depois de uma manhã e início de tarde bastante intensas com a visita a Auschwitz, o fim do dia estava reservado para a visita às minas de sal de Wieliczka, uma vilazinha bem próximo de Cracóvia.



Desde o século XIII que a actividade mineira se tornou um dos principais recursos económicos da zona, trazendo riqueza e prosperidade. Esta parou apenas em 1996, pois a actividade deixou de ser rentável, e actualmente serve apenas como destino turístico, tendo sofrido algumas remodelações subterrâneas nestes últimos anos... Há inclusivé a intenção de se construir um hotel e spa, e a verdade é que apesar de se estar a tão grande profundidade, em certas partes nem se nota, parecendo estarmos dentro de um qualquer edifício à superfície. A mina desce cerca de 330m em profundidade, e os túneis alcançam uma distância de mais de 300km!

No entanto, apenas cerca de 1% dessa extensão está aberta ao turismo, e lá de baixo é tudo feito de sal, mesmo! Túneis, escadas, enormes salas onde é possível darem-se concertos de música, capelas faustosas, decoradas com esculturas (de sal, pois então), e até os cristais dos enormes candeeiros são de cloreto de sódio! Lambem-se as paredes e sabe a mar...





A distância que descíamos a pé... e ainda eram só 64m de profundidade!


É impressionante a dimensão de todo o percurso, principalmente se mantivermos em mente o facto de aquela ser apenas uma ínfima parte do total das minas. Por entre os caminhos, encontram-se frequentemente esculturas, feitas pelos próprios mineiros, que contam a história da mina e de quem lá trabalhava. O lago subterrâneo é também um elemento que mete respeito!



As estátuas dos artistas mineiros...


Tudo branquinho... parece neve, mas não... é sal!




A enorme catedral subterrânea


A Última Ceia, de Leonardo Da Vinci... se não fica bonito em sal!


Uma de muitas referências ao Papa João Paulo II... não esquecer que ele era polaco, de Cracóvia!




Os níveis mais superficiais tinham outra categoria... pavimento flutuante e tudo!


Tuga que é tuga aproveita qualquer ocasião para assentar o traseiro!



E assim termina esta primeira incursão pelas terras dos Zlotych e da vodka Zubrowka. Quem sabe, um dia regressaremos, e que se cuidem os polacos!


Nota: os créditos destas fotos vão para o Pedro, já que mais ninguém teve a decência de sacar da sua máquina...lol!